Ansiedade e a Busca pela Esperança...
A vida muitas vezes parece um filme, mas nem sempre o final é feliz como nos contaram. Entre os desafios e as dores que acumulamos, às vezes nos perguntamos se tudo isso faz sentido.
Compartilho com você a minha experiência com a ansiedade, a solidão e a luta diária para manter viva a esperança num mundo que, por vezes, parece tão cruel.
Hoje tive uma crise de ansiedade. Comecei a chorar no banho, sentindo o ar faltar, meu corpo sem forças... acabei caindo no chão, soluçando até a dor passar.
A verdade é que isso acontece comigo mais vezes do que as pessoas imaginam.
É constante.
Sempre me considerei uma pessoa feliz, ou pelo menos tentei acreditar nisso. A vida é bonita, sabe? Vale a pena ser vivida, mesmo com tudo ao redor gritando para eu desistir.
Cresci sem amor, com muitas dificuldades e perdas. Tive uma infância tão dura que minha mente apagou grande parte dela, como forma de me proteger.
Mas eu sempre mantive a fé de que tudo iria melhorar.
Afinal, não é possível que alguém seja infeliz a vida toda, né? Esse sofrimento precisa significar algo. Eu acreditava que um dia teria um final feliz.
Como nos filmes.
Só que quando cheguei aos 20 anos, comecei a despertar.
Comecei a pensar: e se nada mudar? E se essa tristeza não for uma fase, mas sim o padrão? Comecei a me perguntar: por que eu vim ao mundo? Se isso é a vida... eu não quero.
Nunca tive alguém que me apoiasse de verdade.
Nunca tive uma família presente e amorosa, mas sim uma família que sempre me cobrou como se eu fosse adulta desde criança.
Hoje, me esforço todos os dias na faculdade buscando um futuro melhor. Estudo até chorar, durmo duas horas por noite. Quase não saio pra me divertir, e, quando saio, me chamam de irresponsável, mesmo vivendo bem menos do que a maioria dos meus colegas.
Fui eu quem precisou pedir um abraço pra minha mãe, só pra sentir carinho dela pela primeira vez.
E por causa disso, nunca aprendi a demonstrar amor.
Nunca soube construir relações.
Nunca soube mostrar o quanto sinto intensamente e o quanto amo as pessoas.
Mas eu tentei mudar.
Me esforcei pra não me sentir tão sozinha. Deixei de fingir ser fria e me permiti ser quem eu realmente sou: uma pessoa sensível, extremamente vulnerável.
Só que isso me fez sofrer ainda mais.
Quando eu escondia os sentimentos, era mais difícil me machucar. Mas depois que comecei a demonstrar o que sinto, vivi amizades que se aproveitaram da minha bondade, vivi amores que me fizeram sentir especial, como se tudo finalmente fizesse sentido, e depois me deixaram em pedaços, me fazendo acreditar que tudo foi mentira. Que eu era só mais uma.
Hoje já não acredito mais no meu maior sonho: ser amada.
Acho que as pessoas sempre vão embora. Que todos são substituíveis. Que todos esquecem.
E aí eu me pergunto: qual o sentido da vida se eu não for a pessoa favorita de alguém?
Se eu não envelhecer ao lado de alguém que vê em mim tudo aquilo que eu luto pra ser?
Se eu não tiver um colo pra correr e chorar quando o mundo me machucar?
Por que eu amo com tanta intensidade, mas ninguém consegue amar de volta da mesma forma?
O que há de errado comigo?
Por que estou vivendo?
Vivo pra quê?
Qual o significado de tanto sofrimento se ele não vai me levar a um final feliz?
E se minha vida for em vão?
A verdade é que estou perdendo a esperança.
E a esperança sempre foi a minha palavra favorita, desde criança. Porque eu sempre acreditei que, um dia, seria feliz.
Esse desabafo não é só sobre dor, é sobre a tentativa de continuar.
Escrever sobre isso é o meu jeito de procurar luz no meio da escuridão.
Ainda acredito que há um caminho.
Ainda quero acreditar que não estou sozinha.
E se você se sentiu tocada por esse texto, talvez seja porque você também está tentando. E, se for o caso, saiba: a gente merece muito mais do que apenas sobreviver. A gente merece encontrar um lugar onde a esperança volte a morar.
Espero um dia voltar a ler esse texto e pensar: “Que boba eu era, sofrendo tanto… quase perdendo uma das maiores qualidades que eu tenho, a esperança, sendo que hoje em dia eu tenho tudo aquilo com que sempre sonhei.”
não tem nada mais bonito do que sinceridade, transparência. e que bonito é esse seu texto!
é muito difícil acreditar no amor... mas eu acredito que você vai achar alguém que te ame verdadeiramente. pelo menos quero acreditar, tanto pra mim, quanto pra você. só lembre de não aceitar nada menos que isso :)
Meu Deus eu me encontrei perfeitamente no seu texto, dizem que a esperança é a última que morre, mas na verdade ela é a primeira, e passamos a vida toda protegendo pra que isso não aconteça. Tudo bem querer amar e ser amado, tudo bem querer um pouco do outro. Até porque o amor que move a vida - inclusive já escrevi sobre isso -
Todos nós vamos ser felizes um dia, um dia vamos nos amar tanto que essa falta do outro vai se tornar detalhe, e quando isso acontecer, vamos encontrar amor em cada esquina, em cada detalhe